Tá aí uma coisa que não é fácil né? Começar. Às vezes arrumar tanta desculpa como costumamos fazer é até mais difícil que que fazer de fato. Quando pensamos em iniciar algo, em tomar uma iniciativa, somos tomados por uma onda de pensamentos hipotéticos que em sua maioria nos levam a sensação de que adiar mais um pouco seja melhor. Isso vale para quase tudo na vida: começar uma dieta (deixa pra segunda), um novo curso (mas começar outra vez?), a tentativa de um relacionamento (mas e se ele (a) não se interessar?) , uma mudança de cidade (mas vou largar tudo pra trás?), um filho (daqui dois anos, sério).
Essa sensação é inerente a muitos de nós, faz parte de uma espécie de defesa: diante do medo de se decepcionar, melhor não arriscar. Ela só não aparece diante da total certeza de que tudo vai dar certo, está tudo bem redondo, sem brechas pra nada sair fora do planejado. Mas sejamos sinceros: esta certeza é praticamente impossível de se ter. E assim seguimos adiando nossos planos.
Até então eu fazia parte desta turma. Queria tudo muito certo antes de começar e o pior, queria tudo sempre muito certo. Quantas vezes torci o nariz pra um gerente (queridíssimo por sinal) que sempre dizia: “O bom é inimigo do ótimo”. A frase nunca foi muito clara pra mim, mas ele queria dizer que fazer alguma coisa é melhor que não fazer nada. Diante do cenário da empresa nem sempre muito propício pra realizar tudo 100%, faça o que der e estava ok. Mas eu não aceitava! Queria fazer mais, fazer certo, fazer perfeito, fazer direito. No final das contas, creio que nem eu nem ele estávamos de todo errados. Meu receio quanto a ela (a frase) é de nos acomodarmos e sempre aceitarmos o que der, ao invés do melhor. Bom, mas isso é questão de amadurecimento né.
O fato é que de uns tempos pra cá esta teoria maluca vem fazendo sentido pra mim (só não acho que possa virar regra, se dá pra fazer melhor, faça!). Não dá pra ficar esperando as coisas perfeitas pra dar o primeiro passo, e minha experiência aqui tem foco no desenvolvimento profissional. Sempre quis fazer mais do que realizei. Sempre soube que poderia ir além, mas nunca soube quando daria um passo adiante. Ficava esperando quando eu fosse boa o bastante, quando estivesse preparada o bastante, quando todos a minha volta me aprovassem. Mas sabe de uma coisa? Quando é que tudo isso aí vai tá ok? Estamos sempre crescendo, sempre em desenvolvimento. E o mais fantástico: aprendemos muito e até melhor quando fazemos na prática!
Daí fui lá e meti as caras no Linkedin. Sim, porque eu morria de vergonha. Essa rede toda cheia de gente foda, que sabe pra caramba, vou ficar mostrando muito minha cara não. Vou criar um perfil e ficar mais quieta, só observando. Tolinha eu. Como é que eu vou criar algum contato, dar alguma opinião, discutir algo, se nem eu mesma acredito em mim? Poxa vida, todos temos a contribuir, mas confiança é fundamental né. E depois que completei meu perfil e entendi como a rede funcionava, nossa! Só coisa boa por aqui. Conversas e discussões enriquecedoras e contatos valiosos, de gente foda sim, mas muito gentil. E por que não, que também tão aprendendo comigo! Fico mega motivada e satisfeita quando troco conteúdo e aprendizado com gente que admiro muito aqui. Isso me fez crescer, me valorizar, aprender.
E sabe porque isso aconteceu? Porque comecei. Porque se eu fosse esperar me sentir preparada, estaria até hoje só observando, sem aprender nada, só perdendo. Às vezes recebia demanda pra fazer algum trabalho freelance. Afinal, tenho uma experiência de quase 10 anos em comunicação e marketing empresarial, e isso me gabarita a realizar estes trabalhos, certo? Agora sim, mas antes eu não achava. Ficava com desculpas pensando: nossa, será, mas acho que não posso fazer isso. E vinha alguém, fazia no meu lugar, e eu achava até pior do que poderia ter feito. Mas ele fez. Quantas vezes participei de algum treinamento e pensei: era isso? Eu sei mais, faria melhor. Mas então, porque não fazia? Ficar lamentando que o outro nem é tão bom assim leva alguém a algum lugar? Nunca vi. Alias, o outro, que talvez nem era mesmo tão bom assim tinha algo valioso: ele fazia, metia as caras!
E sabe o que é muito bom nesse processo todo também? Poder aprender, corrigir, melhorar! E lá fui eu criar um blog, pra divulgar o que eu fazia (de novo: o que adianta fazer se você não conta pra ninguém que faz?). Pensei várias vezes, planejei vários layouts, estudei várias opções. Mas não saia do lugar. Até o dia em que coloquei no ar. E de lá pra cá já mudei umas três vezes, o mesmo fiz com todas as redes sociais. E daí? Pra mim estou mudando pra melhor, experimentando, vendo o que funciona ou não. Vou saber disso como sem fazer?
É claro que com a teoria e experiência há os palpites, mas saber mesmo, real, só fazendo!
E sabe de uma coisa? É libertador! Você começa a ver que sabe sim muita coisa, que não sabe tanto de outras, mas que é possível ir se adaptando. Tô pronta? Satisfeita? Achando que sou fera pra caramba? Claro que não! Mas tô realizando, sendo vista, até mesmo pra receber alguma sugestão de melhoria, porque não?
Só sei que tô feliz, tô no caminho, num caminho qualquer, e se não for o certo, mudamos, sem problemas. Só vou saber durante a caminhada. Ao invés de esperar a estrada perfeita, ou de achar que o caminho do outro tá mais iluminado, ou que talvez eu ainda não esteja com o condicionamento perfeito, resolvi dar a largada!
Que ao meu lado venham muitos corredores, que ofereçamos suporte uns aos outros e que cruzemos a linha de chegada campeões!